Relógio digital lusitano

quarta-feira, 24 de março de 2010

O sentido da vida e da morte (essa é pra vc Artomy)

E o cortejo fúnebre saiu do Funeral Home em direção ao Cemitério São Pedro, mais conhecido como Crematório de Vila Alpina.
Em um salão circular (ou seria oval?) os presentes se acomodam nos anéis circulares, de frente para um retângulo de mármore.
O som ambiente começa com Yesterday e encerra com My Way. Entre a primeira e a última música, o piso do retângulo de mármore se abre e surge o caixão para receber as últimas orações e choro dos presentes.
Foi então que me imaginei naquela situação.
Se eu morresse antes de terminar de digitar este post, qual seria o sentido de minha existência? Que legado teria deixado para a humanidade?
Neste exato momento somos 6.824.679.256 de habitantes neste planeta (popclock), ou seja eu sou um nada nesse mar de gente.
Espera um pouco... um nada? Não é bem assim. Vivi, e continuo vivendo, uma vida digna. Eu me amo. Amo a minha vida, a minha esposa, os meus filhos, os meus parentes, os meus amigos... Nooooossa! Quanta gente!
Quanta gente cruzou o meu caminho. Quanta LEMBRANÇA...
Os ex-alunos - o que estarão fazendo?
Os colegas do curso primário, do ginásio, do colégio, do cursinho, da faculdade - onde estarão?
LEMBRANÇAS - O sentido da vida são as lembranças...
Volto os meus olhos para o caixão. Se eu estivesse lá, quem realmente estaria lá? Apenas um corpo em decomposição esperando para ser cremado.
E nos anéis circulares, parentes e amigos, alguns orando, outros chorando a perda do companheiro, do amigo...
É, a vida também é feita de tristeza. Devemos viver a vida por inteiro, com intensidade, com alegria, com festa, com tristeza e principalmente com muitas LEMBRANÇAS.
Nada de remorso ou arrependimento.
Ah, se eu tivesse feito isto ou aquilo...
Mas não fez. Não fez por falta de inteligência ou falta de maturidade. Agora é tocar pra frente e não repetir os erros do passado.
O velório também me trouxe a LEMBRANÇA dos parentes e amigos que se foram. Como é bom poder se emocionar com essas LEMBRANÇAS, recordar os bons e maus momentos vividos juntos...
E quando chegar a minha hora espero deixar SAUDADE...
Só espero que não aconteça no sábado, para não atrapalhar o futebol dos amigos e nem em algum feriado para não atrapalhar o passeio de ninguém.
Ah, e não se esqueçam da minha lápide - "Aqui jaz um toureiro".
Como disse minha filha, esse momento está muuuuuuuuuuuito longe.
Assim espero, porque amo viver e se pudesse, não morreria nunca. Afinal quem iria escrever as resenhas do futsal, fazer a retrospectiva do Natal, socorrer Dona Perpétua, quebrar os galhos dos filhos e amar a Xuli?
Êta velório bão, sô...

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